Para depois reler

Blog feito só para os momentos em que bate vontade louca de escrever qq coisa.

sábado, 2 de julho de 2022

Escrita terapêutica?



Depois de um tempo eu entendi que quando escrevo sobre o que sinto pode aliviar a pressão que sinto, maioria das vezes a tristeza. Não aprendi ainda a lidar com a tristeza, ainda penso que nem sempre podemos ou temos direito de ficar tristes por pouco mas podemos e temos sim. Tanto tempo repreendendo esse sentimento termina adoecendo a pessoa. Até hoje ainda não sei quem sou nem como chegar onde quero e se realmente quero. Mas não vim aqui pra ficar viajando nisso não. Vim aqui pra despejar, novamente, minhas tristezas e dúvidas. Um filho que amo, mas uma papel de mãe que não gosto (muita responsabilidade, aperreio, ingratidão e solidão); um companheiro não tão companheiro, mas companheiro. É um negócio que não sei explicar contudo, sei que muitas vezes não me satisfaz e que cada vez me entristece mais. Ao mesmo tempo que tentamos construir e pensar em algo pro futuro, vejo que estamos em locais, momentos, bem diferentes. Não sei quem sou, não sei pra onde e nem como vou. Vivendo um dia após o outro, tentando novamente todos os dias, com um passo de cada vez. Estou tentando, estou lutando, estou superando minhas limitações todos os dias. Não posso esmorecer, não posso desistir, não sou mais sozinha. É difícil,  porém eu vou conseguir. Eu só queria saber quem eu sou e exatamente o que quero quanto a mim mesma e minhas relações. Tristeza misturada com decepção. Decepção porque a gente costuma projetar nas pessoas nossas expectativas e quando não são correspondidas a gente acha ruim. Como posso achar ruim se possivelmente estou esperando dos outros coisas que não podem dar ou ser? Eu sei que preciso me rever e me entender para poder lidar com as pessoas melhor mas às vezes é melhor nem conviver com ninguém. É pedir demais honestidade, lealdade, sinceridade e companheirismo das pessoas? Difícil, viu. É muita perfeição reunida numa pessoa. São coisas que desejo mas que nem todo mundo ia ter. Eu só queria alguém ao menos parecido comigo (hã?), que fosse recíproca a  lealdade, a honestidade, a sinceridade e o companheirismo. Tudo,  não só uma coisa ou outra. No fim, tudo se resume em não mentir e falar a verdade sem ocultar as coisas. O que me prende? Por qual motivo não pulo novamente? Eu já fiz isso antes com alguém que gostava tanto. Estava hoje lendo algumas postagens anteriores e vi que já deixei irem pessoas que eram tão quanto ou mais importantes, mesmo gostando, para que as pessoa pudessem ser felizes e eu também pudesse. Eu tenho medo. Já não é a mesma vida, são só os mesmos sonhos. Sonhos dificilmente se tornam reais nesse contexto. Preciso me libertar. Aquela decisão inicial, da primeira postagem aqui do blog, até hoje reflete nas minhas decisões. Cansei de escrever. Cansa escrever e pensar e falar e sentir e ler sobre isso. Cansei. Não quero mais. Talvez em outro momento. 


"Que minha solidão me sirva de companhia.  Que eu tenha a coragem de me enfrentar, que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo". (Clarice Lispector)